No lançamento de dois dados

Estatística e probabilidades: Matematicamente Falando 9 - Parte 1 Pág. 25 Ex. C

Enunciado

No lançamento de dois dados, um azul e outro vermelho, qual a probabilidade de o produto dos pontos pbtidos ser:

  1. 7?
  2. 1?
  3. maior que 12?
  4. um número par?

Nota Prévia

Naturalmente, estamos a pensar resolver o problema recorrendo à Lei de Laplace. No entanto, devemos ter em atenção que é indispensável que os acontecimentos que integram o espaço de acontecimentos sejam equiprováveis.

Será tentador considerar resultados possíveis da experiência aleatória descrita os seguintes 18 resultados:

\[1,\,2,\,3,\,4,\,5,\,6,\,8,\,9,\,10,\,12,\,15,\,16,\,18,\,20,\,24,\,25,\,30,\,36.\]

Isto é, os 18 produtos possíveis da multiplicação de dois quaisquer elementos do conjunto $\left\{ 1,2,3,4,5,6 \right\}$.

Desta forma, considerando para espaço de acontecimentos o conjunto

\[S=\left\{ 1,\,2,\,3,\,4,\,5,\,6,\,8,\,9,\,10,\,12,\,15,\,16,\,18,\,20,\,24,\,25,\,30,\,36 \right\}\]

será tentador responder:

  • $P(\text{“produto dos pontos ser 1”})=\frac{1}{18}$
  • $P(\text{“produto dos pontos ser 2”})=\frac{1}{18}$

No entanto, a primeira resposta está ERRADA; a segunda está certa, mas resulta apenas de mera coincidência.

O erro advém de se ter admitido que os acontecimentos considerados no conjunto S são equiprováveis, o que não corresponde à verdade.

Por exemplo, os acontecimentos “o produto dos pontos ser 1” e “o produto dos pontos ser 2” não têm a mesma probabilidade, aliás o primeiro tem metade da probabilidade do segundo.

Para entender esta conclusão, basta reparar que:

  • o 1.º acontecimento apenas pode ser obtido de uma maneira: 1 ponto no dado azul e 1 ponto no dado vermelho – 11;
  • o 2.º acontecimento pode ser obtido de duas maneiras: 1 ponto no dado azul e 2 pontos no dado vermelho, ou 2 pontos no dado azul e 1 ponto no dado vermelho – 12 ou 21.

 

Resolução

Para garantir a igualdade de probabilidade dos resultados da experiência aleatória, é indispensável assegurar a distinção dos pontos obtidos face à cor do dado.

Nesse propósito, podemos construir uma tabela de dupla entrada ou um diagrama de árvore (ver diagrama na secção seguinte):

  1     2     3     4     5     6  
  1   (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (1,6)
  2  (2,1) (2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (2,6)
  3  (3,1) (3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (3,6)
  4  (4,1) (4,2) (4,3) (4,4) (4,5) (4,6)
  5  (5,1) (5,2) (5,3) (5,4) (5,5) (5,6)
  6  (6,1) (6,2) (6,3) (6,4) (6,5) (6,6)

Assim, o espaço de acontecimentos da experiência aleatória considerada é constituído pelos 36 pares ordenados acima determinados. Logo, o número de casos possíveis é 36, isto é, $NCP=36$.

Para facilitar a identificação dos casos favoráveis dos acontecimentos das diferentes alíneas, é útil substituir na tabela acima cada um dos pares ordenados pelo produto obtido entre os dois elementos que os constituem:

  1     2     3     4     5     6  
  1   1 2 3 4 5 6
  2  2 4 6 8 10 12
  3  3 6 9 12 15 18
  4  4 8 12 16 20 24
  5  5 10 15 20 25 30
  6  6 12 18 24 30 36
  1. O acontecimento A: “o produto dos pontos obtidos ser 7” é um acontecimento impossível, logo a sua probabilidade é nula.
    ­
  2. O conjunto dos resultados favoráveis ao acontecimento B: “o produto dos pontos obtidos ser 1” é $B=\left\{ (1,1) \right\}$.
    Logo, $NCF=\#B=1$ e, portanto, $P(B)=\frac{1}{36}$.
    ­
  3. Relativamente ao acontecimento C: “o produto dos pontos obtidos ser maior que 12”, há 13 casos favoráveis. (Quais são?)
    Logo, $P(C)=\frac{13}{36}$.
    ­
  4. São 27 os casos favoráveis ao acontecimento D: “o produto dos pontos obtidos é um número par”. (Quais são?)
    Logo, $P(D)=\frac{27}{36}=\frac{3}{4}$.

Diagrama

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